terça-feira, 23 de setembro de 2014

O IBGE e a sua crise anunciada







Nos últimos dias, a imprensa nacional vem noticiando o grave erro cometido pelo IBGE no calculo de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013. Como resultado, foram divulgados indicadores incorretos. Dentre eles, o índice que mede a desigualdade, que na divulgação inicial apontava para o aumento desta. Curiosamente, em vésperas de uma eleição presidencial, cuidou-se às pressas de informar que havia um erro e que a desigualdade não havia aumentado. Com a correção, o que haveria, seria uma leve queda. O fato vem a ratificar o fundamento das denúncias feitas pelos servidores do IBGE, recentemente, durante a greve que durou quase três meses. Eles cruzaram os braços em sinal de protesto para denunciar o grave quadro de sucateamento que hoje se verifica na instituição. Os sucessivos cortes orçamentários acabaram sendo refletidos em condições de trabalho que pioraram a cada dia. Tal situação passou a comprometer, inclusive, a qualidade das pesquisas, o que culminou com o movimento grevista. A direção do IBGE negou o fato de a instituição estar mergulhada em uma crise e pouco dialogou com os grevistas durante o movimento. E ainda, em uma tentativa desesperada de contê-lo, demitiu, no Brasil inteiro, 189 servidores temporários que haviam aderido à greve. Dentre os demitidos, estavam 35 do Rio Grande do Norte, incluindo uma servidora grávida e um servidor portador de necessidades especiais. A greve chegou ao seu fim após negociação entre o sindicato nacional dos servidores e a presidência da instituição. Esta, numa atitude intransigente e irredutível, não aceitou readmitir administrativamente os servidores demitidos. O argumento utilizado foi o de que a questão estava judicializada, nada mais havia a ser feito pelo IBGE.



Alguns dias após o retorno ao trabalho, a presidência noticiou internamente que o IBGE não realizaria as atividades censitárias previstas para 2016, pois a instituição sofrera de um novo corte orçamentário do governo, desta vez em 76% dos seus recursos previstos. Estas mesmas atividades já haviam sido adiadas em um ano, também por falta de orçamento. Deixar de realizar a pesquisa “carro-chefe” da casa, vitrine do IBGE para a sociedade, evidencia o que já fora denunciado pelos seus servidores durante o recente movimento grevista. Os fatos comprovam que a instituição vive um momento ímpar de crise institucional e que a direção apenas assiste inerte aos cortes do governo, permitindo o cancelamento de pesquisas importantes e ainda divulgando dados de pouca confiabilidade, diante das condições oferecidas aos servidores para desempenhar as suas atividades.





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